quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Último fim de semana da 4ª mostra itinerante Teatro na Mochila

Sete grupos de teatro formado por estudantes de escolas públicas percorreram quatro cidades satélites em uma turnê que movimentou as periferias do DF

Realizado pela Fundação Athos Bulcão e o Fundo de Arte e Cultura, a IV edição da mostra itinerante Teatro na Mochila reuniu grupos teatrais de escolas públicas para uma turnê em quatro cidades satélites. Planaltina, Cruzeiro e Recanto das Emas já receberam os espetáculos. A mostra começou dia 8 de agosto e as últimas apresentações serão no próximo sábado e domingo, no Núcleo Bandeirante. A entrada é gratuita e as sessões começam sempre às 17h e 19h.

Durante o mês de agosto, foram realizadas quatro oficinas de teatro de 60 horas/aula. As atividades mobilizaram as comunidades e muitos tiveram pela primeira vez, a oportunidade de fazer teatro. Em Planaltina, Cruzeiro e Núcleo Bandeirante, os participantes puderam conhecer um pouco mais sobre o ato de encenar por meio de oficinas de iniciação teatral e leitura dramática de textos. Já no Recanto das Emas, a proposta era desenvolver uma oficina de dramaturgia com o objetivo de criar um texto a partir das vivências pessoais dos participantes. E aproveitando a forte mobilização dos idosos, a Fundação procurou a coordenação do Centro de Convivência da cidade que imediatamente aceitou a oportunidade de trabalhar teatro com o grupo de 23 pessoas.

As oficinas terminam na próxima semana e os resultados serão disponibilizados no site da Fundação e no blog do projeto http://teatronamochila.blogspot.com/

Projeto inovador

A mostra Teatro na Mochila é uma iniciativa de promoção e democratização cultural, na qual jovens atores e espectadores entram em contato com uma oportunidade rica de formação e apreciação artística. A mostra surgiu no âmbito das atividades do Festival de Teatro na Escola, também realizado pela Fundação e tem por objetivo promover a circulação de espetáculos teatrais protagonizados por jovens de escolas públicas do DF.

Além de proporcionar alternativas de apreciação teatral e contribuir com o processo de revitalização do ensino de artes cênicas na rede pública de ensino, o projeto visa fortalecer as ações dos grupos incentivando a continuidade e até mesmo a profissionalização dos jovens participantes.

Em três edições da mostra, foi possível investir na formação de 12 grupos de teatro, com atuação direta de 190 estudantes, 16 professores e um público estimado em 3 mil pessoas.

Os grupos selecionados para a mostra itinerante recebem por cada apresentação um valor simbólico para custear as despesas do espetáculo. O objetivo é que a partir da experiência de produção, os estudantes desenvolvam competências pessoais, relacionais, produtivas e cognitivas e as apliquem em suas vidas, no seu dia a dia, na construção de seu projeto de vida.

A mostra conta com o apoio das gerências de cultura das administrações regionais de Planaltina, Cruzeiro, Núcleo Bandeirante, Recanto das Emas e do Sindicato dos Professores do DF.

Informações:

Wandilene Macedo (8156-9993) e Ionara Silva ( 9815-2087)

Siga-nos: twitter.com/teatronamochila


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Correio Braziliense


Lúcio Flávio
Correio Braziliense

A mostra itinerante Teatro na Mochila caminha para a quarta edição colhendo frutos significativos na formação de seus participantes. Vanessa Di Faria sabe bem o que isso significa. Professora de artes cênicas no Centro de Ensino Médio I, de Sobradinho, aos poucos ela começou a perceber mudanças no comportamento de seus alunos. "Com o fato de terem de se relacionar com outras pessoas, eles se tornaram mais responsáveis, críticos e mais cidadãos também", conta.

Tal experiência foi adquirida e aperfeiçoada ao longo dos inúmeros ensaios realizados com um pequeno grupo de jovens futuros atores. O resultado dessa convivência culminou com a criação, em 2004, do grupo de teatro U.T.I. — Unidade Teatral Intensiva, uma das atrações de hoje, às 19h, na abertura do evento, no Recanto das Emas. "O Teatro na Mochila é louvável, perfeito porque calha com o objetivo que buscamos no ensino da arte. É um ideia que deveria ser expandida para outras administrações", defende a professora, que comanda um coletivo composto por 14 atores, de 16 a 26 anos.

Há quatro anos na praça, o Teatro na Mochila, como o nome enfatiza, é cria do Festival de Teatro na Escola, uma iniciativa da Fundação Athos Bulcão, em parceria com o Fundo de Apoio à Cultura (FAC). O projeto — que este ano passa pelo Recanto das Emas (hoje e amanhã), Planaltina (dias 15 e 16), Cruzeiro (dias 22 e 23) e Núcleo Bandeirante (dias 29 e 30) — foi de vital importância para a formação de 12 grupos de teatro nas cidades do DF. Segundo o coordenador Glauber Coradesqui, tal desdobramento democratizou o acesso à arte de mestres como Shakespeare e Bertolt Brecht.
"A mostra dinamizou a cena cultural na cidade, fortalecendo o teatro nas satélites. Essas cidades precisam de incentivos culturais", comenta Coradesqui. "Ainda existe um preconceito grande das pessoas com relação ao teatro, mas acredito na força que a arte tem para mudar as coisas. E esse projeto possibilita isso, porque tem o que nos interessa e dá oportunidade de conhecermos coisas novas", observa Vanessa Di Faria.
E é com essa fé no trabalho que a professora sobe ao palco do Centro Comunitário do Recanto das Emas hoje, com os 14 integrantes da U.T.I., para uma montagem feita a partir de uma coletânea de textos do dramaturgo, poeta, contista e jornalista Artur Azevedo. Resultado de esforço coletivo, o espetáculo O Correio da Manhã é uma homenagem ao autor de Confidências e Contos possíveis. "No ano passado, fomos convidados para participar do Campeonato de Teatro Sub 17 e o tema do encontro era a obra do Artur Azevedo, por conta do centenário de sua morte. Isso despertou um interesse maior pelo trabalho do autor e resolvemos pesquisar mais coisas dele", comenta.

O grupo do Gama Olharte apresenta antes, às 17h, uma trama inspirada no juízo final. Dirigida por Telma de Paula, A pena e a lei narra histórias de julgamento de várias pessoas após o derradeiro suspiro. O juiz supremo da narrativa é ninguém menos do que Jesus Cristo.

Teatro na Mochila

Até o dia 30 de agosto, com apresentação de sete grupos do Gama, Ceilândia, Planaltina e Sobradinho. Hoje, no Centro Comunitário do Recanto das Emas, às 17h, A pena e a lei, com o Grupo Olharte (Gama), e às 19h, O Correio da Manhã, com o grupo UTI — Unidade Intensiva de Teatro (Sobradinho). Entrada franca.


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Começa neste sábado a 4ª Mostra Teatro na Mochila


Camila de Magalhães

Correio Braziliense


A sala de ensaio é pequena, os recursos são poucos, mas eles não desistem e fazem o que for necessário para colocar em prática o que mais gostam de fazer na vida: o teatro. Por conta do talento e superação, a Cia. Língua de Trapo, criada em 2005 pela professora Isabel Cavalcante, é um dos sete grupos selecionados para participar da quarta edição da Mostra Teatro na Mochila, que começa neste sábado e vai até 30 de agosto no Recanto das Emas, Planaltina, Núcleo Bandeirante e Cruzeiro. Veja programação.


A mostra foi lançada pela Fundação Athos Bulcão em 2005 e os espetáculos são produzidos por estudantes da rede pública. A seleção deste ano foi feita a partir dos grupos que se apresentaram no Festival de Teatro na Escola e no Campeonato de Teatro Sub-17 , ano passado. Acompanhados por professores, os alunos dedicaram quatro meses à montagem das apresentações.


Em uma pequena sala recém-construída no Centro de Ensino Fundamental 4 de Planaltina, Isabel Cavalcante coordena um grupo de 46 alunos com altas habilidades em teatro, identificados em várias escolas da rede pública de Planaltina. A idade dos jovens varia entre 7 e 19 anos. Eles são subdivididos em quatro grupos.


Em cartaz no Teatro na Mochila,
O fantástico mistério de Feiurinha, com texto de Pedro Bandeira, foi montado por uma turma de 25 alunos, que dá vida aos personagens do espetáculo. Todas as roupas, cenários e acessórios foram criados por eles.

No enredo, as tradicionais princesas dos contos de fada (Branca de Neve, Cinderela, Bela Adormecida, Bela, Chapéuzinho Vermelho e Rapunzel – todas grávidas) investigam o desaparecimento da princesa Feiurinha. Elas vão atrás de um escritor que não consegue descobrir o paradeiro de Feiurinha porque sua história jamais foi escrita. A única pessoa que sabe contá-la é Gerusa, a empregada do escritor, que ajuda na recuperação do conto.


A peça já foi encenada na comunidade e no Espaço Cultural 508 Sul, sempre com casa cheia. "Ver meus alunos no palco e a emoção da plateia é muito gratificante", confessa Isabel. A estudante Louella Trindade, 16 anos, está na companhia desde o início. "A primeira peça que assisti foi do grupo, quis entrar e o teatro se tornou a minha vida", desabafa. "É uma honra nosso grupo ter sido escolhido entre outros 12, é muito bom o reconhecimento".


Para Katja Malena, 15 anos, o festival serve para mostrar que Planaltina está crescendo e tem grandes artistas. A maior dificuldade da companhia é a questão financeira. "A gente não tem nenhuma ajuda da Secretaria de Educação", comenta a professora Isabel. Todos os recursos são conseguidos por meio de rifas e campanhas em Planaltina.


O sonho de muitos alunos é seguir a carreira, como Luciano Czar, 19, que cursa artes cências na UnB. "Todos são muito talentosos, mas chega um momento em que eles têm de optar por outras coisas porque o caminho das artes não é tão fácil, não dá condições para saírem sozinhos", lamenta Isabel Cavalcante.


Acesso aos bens culturais

Segundo Glauber Coradesqui, coordenador da Mostra Teatro na Mochila, a ideia do projeto é potencializar a democratização do acesso aos bens culturais nas cidades satélites. "Queremos fortalecer esses grupos que nem sempre têm apoio, dar continuidade, além de oferecer outras possibilidades para eles continuarem trabalhando e criar autonomia", observa ele, ao lembrar que o Teatro na Mochila serve de porta para profissionalização de muitos artistas, "apesar de não ter esse objetivo claro".


Cada grupo recebe uma ajuda de custo de R$ 1 mil por apresentação. O uso do benefício fica a critério de cada um, seja para infraestrutura técnica, cenário, figurino, compra de passagens de ônibus para os componentes ou até para constituir o grupo juridicamente. Os professores ganham R$ 500. Toda a verba vem do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), do Distrito Federal.


As principais dificuldades enfrentadas pelos produtores e participantes da mostra são a falta de espaços adequados e de infraestrutura técnica nas cidades. Nas edições anteriores, as peças teatrais eram apresentadas em escolas durante a semana. Desta vez, a programação é toda nos fins de semana de agosto. Coradesqui confessa que tem receio sobre a divulgação nas comunidades. "As pessoas não têm o hábito de ir ao teatro no fim de semana, mas é hora de começar a se criar o habito e ter mais uma possibilidade de lazer", defende.


Serviço

4º Festival Teatro na Mochila – De 8 a 30 de agosto, aos sábados e domingos, no Recanto das Emas, Planaltina, Cruzeiro e Núcleo Bandeirante. Apresentações às 17h e 19h. Entrada franca. Livre para todos os públicos. Confira aqui a programação em cada cidade.


Confira a matéria na íntegra no site www.correioweb.com.br/euestudante





terça-feira, 28 de julho de 2009

Vem aí a IV mostra Teatro na Mochila

Sete grupos de teatro de escolas públicas do DF se apresentam em quatro cidades satélites com espetáculos gratuitos para a comunidade


Realizado pela Fundação Athos Bulcão e o Fundo de Arte e Cultura, a IV edição da mostra itinerante Teatro na Mochila vai reunir grupos teatrais de escolas públicas para uma turnê em quatro cidades satélites (Planaltina, Cruzeiro, Núcleo Bandeirante e Recanto das Emas) de 8 a 30 de agosto de 2009, com entrada gratuita. As sessões começam sempre às 17h e 19h. Confira a programação aqui

Durante um mês, as cidades contempladas serão movimentadas por oficinas de teatro. No Cruzeiro, a oficina será ministrada pela coreógrafa Giselle Rodrigues e no Recanto das Emas, pelo jovem ator e dramaturgo Jonathan Andrade.

A mostra Teatro na Mochila é uma iniciativa de promoção e democratização cultural, na qual jovens atores e espectadores entram em contato com uma oportunidade rica de formação e apreciação artística. A mostra surgiu no âmbito das atividades do Festival de Teatro na Escola, também realizado pela Fundação e tem por objetivo promover a circulação de espetáculos teatrais protagonizados por jovens de escolas públicas do DF.

Além de proporcionar alternativas de apreciação teatral e contribuir com o processo de revitalização do ensino de artes cênicas na rede pública de ensino, o projeto visa fortalecer as ações dos grupos incentivando a continuidade e até mesmo a profissionalização dos jovens participantes.

Em três edições da mostra, foi possível investir na formação de 12 grupos de teatro, com atuação direta de 190 estudantes, 16 professores e um público estimado em 3 mil pessoas.

Os grupos selecionados para a mostra itinerante recebem por cada apresentação um valor simbólico para custear as despesas do espetáculo. O objetivo é que a partir da experiência de produção, os estudantes desenvolvam competências pessoais, relacionais, produtivas e cognitivas e as apliquem em suas vidas, no seu dia a dia, na construção de seu projeto de vida.

A mostra conta com o apoio das gerências de cultura das administrações regionais de Planaltina, Cruzeiro, Núcleo Bandeirante e Recanto das Emas.


Informações:

Wandilene Macedo (8156-9993) e Ionara Silva ( 9815-2087)

Siga-nos: twitter.com/teatronamochila



A Pena e a Lei


Olharte

Sob a direção de Telma de Paula, a peça conta a história de diversas pessoas, que após a morte, se encontram em um lugar para serem julgadas por Jesus Cristo. Durante o julgamento, todas serão avaliadas por suas atitudes e só assim será decidido se elas irão para o céu ou para o inferno.

Livre para todos os públicos. Confira a programação!

O Fantástico Mistério de Feiurinha


Cia de Teatro Língua de Trapo

Ancorado em idéias consistentes e que respeitam a inteligência da criança, a peça “O Fantástico Mistério de Feiurinha” narra uma curiosa investigação sobre uma princesa desaparecida dos contos de fadas. No enredo estão presentes os jogos constantes entre realidade e fantasia, a referência aos Contos de Fadas e à literatura oral, e muitas observações divertidas sobre o processo de criação do escritor. O humor aparece subvertendo a ordem dos fatos e revelando a substância verdadeira que existe por trás das aparências.

Livre para todos os públicos. Confira a programação!


O Correio da Manhã


U.T.I. – Unidade Teatral Intensiva

Com direção de Vanessa Di Farias “O Correio da Manhã” é uma colagem despretensiosa dos contos 345, Conselho do marido, A aposta e Asneiras do Guedes, alguns dos mais divertidos textos do magnífico dramaturgo brasileiro Artur Azevedo que, apesar de excelente contista, tem esta vertente pouco explorada na linguagem teatral. Com uma interpretação oscilando levemente entre a televisiva e o vaudeville, o Grupo UTI traz à platéia momentos de saudável divertimento com suaves gargalhadas. Recheado de ironias e críticas aos costumes da sociedade carioca, e por extensão à classe média brasileira, o espetáculo aborda desde fatos corriqueiros como a traição ou a submissão conjugal até a fé na sorte pela loteria.

Livre para todos os públicos. Confira a programação!